Este livro é publicado num momento em que se debate a crise que assola a escola pública estatal brasileira, e não faltam propostas de reforma da educação, muitas delas abrangendo toda a sociedade. Porém, o "fracasso" da escola evidencia o estado de degeneração social em que nos encontramos, com desemprego, violência, crime organizado, enfim, a banalização da própria vida. Para aprofundar essa e outras questões, Edna Garcia Maciel Fiod salienta o momento em que surge a escola criada pelos imigrantes europeus, principalmente a dos alemães em Santa Catarina, articulada com o surgimento da escola pública brasileira. Contextualizando historicamente, mostra a influência do "espírito" alemão - disciplina, obediência, dedicação ao trabalho - no sucesso da colonização e discute a expansão das "escolas estrangeiras" e os seus problemas com o movimento de constituição da escola estatal brasileira. Porém, a autora não privilegiou o estudo da escola alemã em si, mas o que se podia depreender dela sobre o movimento geral da colonização. A escola, tomada como uma dentre as relações sociais implantadas pelos imigrantes nestas terras, permitiu vislumbrar o processo de constituição da sociedade do além-mar. Constatou, ainda, que educação, trabalho e colonização são elementos indissociáveis, ainda que contraditórios. Também observou as singularidades do processo de criar uma escola, não enquanto um fim em si mesmo, mas como parte e resultado de um movimento muito maior: a colonização e seus percalços.