Este livro propõe divulgar pela primeira vez a qualidade de um conjunto abrangente de trabalhos do artista Fernando Zarif (1962-2009). São cerca de 300 obras, entre desenhos, pinturas e objetos entre os dois milhares já catalogados por uma equipe dirigida por Margot Crescenti e Cristina Candeloro Quinn, responsáveis pela curadoria de sua obra, iniciada em 2011 e que deve consolidar-se formalmente como instituição com esse fim num futuro próximo. Raros foram os escritos sobre o trabalho de Fernando Zarif. Foram reproduzidos os publicados em catálogos e folders das poucas exposições que fez, inclusive, um deles do próprio artista. O mais antigo, de 1989, é de Décio Pignatari, depois Tunga, Arnaldo Antunes e um de José Resende para uma mostra no MAM Rio. Sobre a última exposição de Zarif realizada em vida, organizada por Bia Lessa e Maria Borba no Teatro Tom Jobim, Jardim Botânico do Rio de Janeiro, foi editada uma conversa que nunca havia sido publicada. E, por fim, uma matéria realizada por Erika Palomino, a última feita com ele em vida, na qual ela agregou um emocionado depoimento. Embora Zarif tenha exposto tão pouco o trabalho, o organizador da publicação, José Resende considera que o cerne de sua produção se situa aí, sobretudo no desenho que desenvolve como pintura, colagem, objeto, ou seja, manifesta sua forma de ser, compreender e se relacionar com o mundo. Os depoimentos de Fernanda Torres, Bárbara Gancia, Bia Lessa, Maria Borba e Erika Palomino deixam patente o espectro de sua interferência e participação em áreas que vão da literatura ao teatro, cinema, música, artes gráficas, ou seja, a Arte. A direção de arte é de Letícia Moura e de Dora Levy, em projeto que procurou despertar curiosidade e atrair interesse para o impressionante trabalho até hoje pouco conhecido de Fernando Zarif.