Em As Máscaras Mutáveis do Buda Dourado, que ora vem à luz no Brasil sob a chancela da editora Perspectiva, o autor propõe a seguinte pergunta que constitui o eixo de sua pesquisa: Por que a inspiração e o desenvolvimento da dimensão espiritual deveriam ser relegados apenas aos poetas, músicos, pintores e dançarinos? Em sua resposta inovadora e estimulante, Mark Olsen recorda os anseios espirituais que deram impulso à arte da interpretação no passado distante; detalha minuciosamente como o caminho espiritual para o despertamento corre em paralelo, sob importantes aspectos, à linha de conduta do ator, na medida em que ele prepara seu corpo, voz, intelecto e espírito, para o exercício de sua atividade e, numa surpreendente revisão de Stanislávski, traz à luz a forte influência da perene sabedoria das tradições, inclusive a hindu, sobre o homem que formulou uma das mais influentes teorias de interpretação do moderno teatro ocidental.