Habitada por heterogêneas divisas humanas que partilhavam a vida, a Rua das Flores era o gueto dos imigrantes europeus que desembarcaram no Porto de Santos no início do século XX, no Brasil. Em meados de 1943, na cidade de São Paulo, no bairro do Brás, a jovem Isabela, de origem italiana, era uma delas. Despontando a jovialidade, impetuosa e sonhadora, trilhava um caminho de expectativas futuras, buscando uma atividade que a inspirasse para o labor. Na contemplação das flores espalhadas pelas ruas da vida cotidiana, vivenciou uma jornada de desencontros amorosos, cheia de perguntas e sem respostas imediatas. A protagonista nos envolve com seus dilemas existenciais tão comuns e inerentes ao ser humano e, principalmente, em uma realidade social que exigia da mulher uma postura de adequação aos ditames machistas, diga-se de passagem, um dilema atemporal que abraça o universo feminino até os dias atuais.