Ao fazer uma análise da criminalidade em São Paulo entre 1880 e 1920, Boris Fausto aborda uma das facetas menos conhecidas desse período. Mostra como a repressão à marginalidade social e à delinqüência surge como uma forma eficaz de controle social, ao mesmo tempo em que investiga as formas de transgressão das normas penais, concentrando-se em homicídios, furtos e roubos, e crimes de natureza sexual. A abordagem penetra no terreno da microistória, no que ela tem de mais significativo, recuperando relações sociais de tensão e conflito, no interior das casas, nas ruas, nos botequins e bordéis. No momento em que o tema da criminalidade e segurança ganha uma dimensão dramática na sociedade brasileira, torna-se importante conhecer as raízes desse quadro e seu agravamento ao longo do tempo.