A Palavra Contra o Muro é um registro da ferocidade da Ditadura Militar brasileira que será lembrada pelos 50 anos em abril de 2014. E da capacidade de reconstrução humana dos que resistiram a ela. A democracia que o povo brasileiro vem construindo desde 1985 deve a si mesma o exercício de “compreender” a que se refere uma página de Hannah Arendt, no sentido de “assumir”, no sentido psicológico, definitivamente à experiência vivida, como condição para incorporar os anos de treva, com as perseguições, a brutalidade, a delação, o medo, a tortura, os assassinatos, os desaparecimentos, o exílio, o rosário de horrores perpetrados pelo estado ditatorial para reduzi-lo à exata dimensão histórica que lhe cabe: uma realidade incontestável e irrecusável que deitará sua sombra sobre a face futura do Brasil, até que seja resgatada.