Do verbo corresponder surgem as ideias de reciprocidade, troca, cartas, combinações, equivalências, concordâncias, satisfação. Essa é uma palavra e também uma ação que sempre evoca uma ideia relacional. Para haver qualquer correspondência é preciso se ter com outra pessoa. Amanda Magalhães, neste seu livro de estreia, explora esse verbete para construir um romance fragmentado e contar a história de Alice e Andréia. Na correspondência, seja ela de e-mails, cartas ou trocas mais abstratas ou ainda mais concretas, é preciso de uma pessoa além, mas esse alguém sozinho também não basta. Corresponder envolve ouvir o que vem sendo dito, exposto ou sentido por alguém, mas por outro lado compreende fazer tudo isso levando em conta a si mesmo. É um exercício de comprometimento consigo, juntamente com o que vem do outro. Um momento de união entre o eu e a outra pessoa, o ouvido e a leitura com o dizer e a codificação. É, em muitos aspectos, a tentativa de estabelecer ou restabelecer uma (...)