A presente obra aborda os principais instrumentos de cooperação intergovernamental concebidos como forma de expressão do federalismo cooperativo. Neste diapasão, a partir da constatação de que a Constituição de 1988 repartiu as competências materiais e legislativas dos entes políticos com fulcro no princípio da predominância dos interesses em disputa, busca-se analisar a necessidade de cooperação entre os membros da Federação brasileira para efetiva promoção dos desígnios constitucionais. Daí porque este trabalho, após descrever o desenvolvimento do Estado desde os seus primórdios, empreende minucioso exame dos distintos modelos estatais vigentes na quadra atual, detectando a crescente tendência de descentralização político-administrativa norteada pelo vetor da solidariedade na implementação das políticas sociais, especialmente nas áreas da educação, da saúde e da segurança pública. É possível depreender, portanto, que o método aplicado neste trabalho é o analítico, posto dissecar todos os problemas afetos à consecução do interesse público sob o ideário cooperativo, enfrentando desde o contingenciamento de recursos federais até os empecilhos burocráticos ou normativos que obstam a criação de regiões metropolitanas, a celebração de convênios e a constituição de consórcios públicos. A inovação que o presente trabalho pretende trazer à ciência jurídica concerne ao desenvolvimento de um novo limite à aplicação da reserva do possível, pautado na necessidade de exaurir todos os instrumentos de cooperação intergovernamental postos à disposição dos entes federados.