Nesta instigante e belíssima leitura-interpretação dos poemas de Hopkins, Augusto de Campos declara ser um ator a desempenhar o papel – colocando entre parênteses as reservas do seu agnosticismo – de levar a cabo um empreendimento exigente e esgotante: entregar o dragão doloroso da poesia de Hopkins. Só assim – entende o tradutor – se poderá fazer justiça ao texto original e levar o leitor de língua portuguesa a experienciar as crispações e fulgurâncias do seu talento criativo – o cristal terrível dessa poesia única e extraordinária, que – acreditamos nós – na versão de um grande poeta e de sua leitura precisa de outro, recria-lhe a magia da palavra.