Francisco de Quevedo, um dos expoentes do século de Ouro da literatura barroca espanhola, ao lado de Góngora y Lopes, aborda, neste livro as transformações político-econômico-sociais que levaram à derrocada do império espanhol. Escritas entre 1606 e 1623, estas cinco narrativas curtas, cujo cenário é o pós-morte, expõem o pessimismo do autor diante da nova realidade e escarnecem dos hábitos e dos membros de várias classes sociais. Para tanto, Quevedo recorre a uma das principais características de seu estilo: o jogo de palavras, de sentido ambíguo, explorando seus múltiplos significados, provocando o leitor e levando-o ao riso. No início, o próprio autor atribui a Os Sonhos agudeza e um modo sutil de falar, mas é a sátira e o uso magistral dos trocadilhos que tornam sua leitura essencial.