A Gramática filosófica, escrita entre 1931 e 1934, reúne apenas uma pequena parte da imensa produção – cerca de quarenta mil páginas! – de Wittgenstein no período que vai da retomada de sua atividade filosófica, em 1929, até a sua morte em 1951. A Gramática tem importância decisiva para compreender a reflexão de Wittgenstein no período de elaboração das Observações filosóficas e das Investigações filosóficas, pois ela contém de modo preliminar, mas também de forma completa, materiais que serão desenvolvidos e retomados naquelas obras. A Gramática é a mais completa abordagem feita por Wittgenstein da lógica e da matemática em ligação com a sua compreensão da “proposição”, do “signo” e do “sistema”. Além de discutir novamente as noções de inferência e de generalidade, contra suas posições anteriores, apresenta o mais profundo e mais extenso tratamento da prova matemática, especialmente das provas indutiva e recorrente. A organização do material publicado em 1969 com o título Philosophische Grammatik é de Rush Rhees, que foi discípulo de Wittgenstein e um de seus executores literários. A tradução inglesa, a partir da qual foi feita a presente tradução, é fruto de um minucioso trabalho de Anthony Kenny, já professor do Balliol College, Oxford, e atualmente diretor da Rhodes House, Oxford. Na edição inglesa da Gramática filosófica A. Kenny recorreu a R. Rhees e G. E. M. Anscombe não só para resolver in