Neste trabalho, Guilherme Grandi busca resgatar a história da Companhia E. F. Rio Claro, examinando tanto as discussões para a aprovação da sua concessão e para o planejamento do seu traçado como o desempenho da companhia sob as diversas gestões do capital inglês e da Companhia Paulista entre os anos de 1880 a 1903. A análise, no entanto, ultrapassa uma história da trajetória da empresa e vem acompanhada de um exame mais detido dos objetivos, interesses e vantagens das diversas companhias ferroviárias diante da fronteira que se expandia. A fim de resguardar o bom desempenho e a lucratividade, as companhias procuravam assegurar-se do transporte de café nos territórios que a ferrovia conquistava. Os conflitos, as disputas eram inevitáveis. O autor chama a atenção para a atuação de investidores ingleses e da Companhia Paulista, que, em meados da década de 1880, tentaram incorporar a Companhia Rio Claro. Na época, os ingleses acabaram fechando o negócio, para, logo depois, vender a empresa à Companhia Paulista. Utilizando-se de instrumentos de análise quantitativa, Guilherme Grandi avalia as (des)vantagens das transações para os grupos envolvidos na compra e venda da empresa.