Um pássaro que pensa – essa foi a ideia de Fernando Paixão ao deparar com uma gravura feita pelo amigo e artista Evandro Carlos Jardim. Assim surgiu A Parte da Tarde, um livro em formato de sanfona, com estilo exato e conciso. Para Ferreira Gullar, o poeta “teve de inventar uma tessitura de palavra e silêncio para tentar dizer o indizível – uma fala que, na verdade, diz não o que a gravura diz, mas precisamente o que ela não diz e que só a palavra, por não ser gravura, pode dizer”.