Muito mais que um romancista ou crítico social, Tom Wolfe marcou a cultura americana por dar contornos mais nítidos ao chamado Novo Jornalismo - o jornalismo de invenção que adicionou elementos de literatura e ficção aos fatos. Seu estilo deu origem a livros inesquecíveis como Os eleitos e, especialmente, o mega-sucesso Fogueira das vaidades, a visão mais ácida da era yuppie. Wolfe escreveu "Radical chique e o terror dos RPs" no auge da badalação do Black Power, o movimento de valorização da cultura afro-americana surgido na seqüência da luta pelos direitos civis dos negros. Mas ao contrário de Martin Luther King, o Black Power projetava-se pelo radicalismo, pelo lado religioso do islamismo simbolizado por Malcolm X, e pela atuação política do partido dos Panteras Negras. Esses e outros rebeldes fizeram a cabeça dos novos-chiques nova-iorquinos. E Tom Wolfe retrata com riqueza de detalhes os hábitos, bens e pronúncias desses radicais chiques - os recém-chegados à sociedade, que emergiram da nova indústria de fazer dinheiro dos anos 60: a mídia.