Em meio à forte crise enfrentada pelas ferrovias na segunda metade do Século XX, uma das medidas adotadas pelos governos dos Estados Unidos e Canadá foi incentivar o desenvolvimento das ferrovias de pequeno porte (shortlines) para permitir a entrada de pequenos e médios empresários no setor ferroviário. Decorridos quarenta anos, as shortlines trouxeram novos investimentos ao mercado, revitalizaram diversos ramais e representam hoje cerca de 25% do transporte de cargas nesses países. No Brasil, existem pelo menos 15 mil quilômetros de faixas ferroviárias em regiões economicamente consistentes com potencial para operação das shortlines. Contudo, a falta de investimento para a construção de novas ferrovias e o aproveitamento dos ramais que não interessam às principais transportadoras afasta a carga geral da ferrovia, tornando muitos produtores e consumidores reféns do transporte rodoviário.