Quarto volume de poesia da premiada romancista, contista, tradutora e autora de literatura infantojuvenil Adriana Lisboa, O vivo é um livro de flagrante inquirição metafísica e metalinguística, que tem o corpo como bússola e a linguagem como algo de que se desconfiar. A edição reúne poemas que tateiam as sutilezas e presenças comuns que compõem o mundo das coisas vivas e que, sob a lente da poeta, revelam-se em sua estranheza, como se vistos ou ditos pela primeira vez. A poeta Claudia Roquette-Pinto ressalta, no prefácio da obra, que “os reinos animal (répteis, vaga- lumes, aves, moscas, rãs, porcos, abelhas), vegetal (belas emílias, cravos, rosas, magnólias, amarantos) e mineral (basalto sanguíneo) se tornam o motivo e os interlocutores” da autora. Para Claudia, o conceito e a linguagem de Adriana no livro interconectam “todas as formas vivas, sua igualdade de protagonismo, sua interdependência”.