Redigido no semestre de 1843 (quando o seu autor tinha 25 anos) e publicado em 1844, Para a questão judaica é um dos escritos mais importantes de jovem Marx. O texto de Marx é uma resenha crítica das idéias que Bruno Bauer divulgara pouco antes, analisando a situação dos judeus na Alemanha da época - privados, então, de direitos civis e políticos. Polemizando com o filósofo, o jovem Marx aponta os limites e os equívocos da proposta de Bauer e esclarece por que ele chegou a soluções teórico-políticas contraditórias e insuficientes. O autor de Para a questão judaica não escreve a partir de uma posição revolucionário - proletária - m 1843, Marx todavia não alcançara essa perspectiva analítica. De fato, quando redige Para a questão judaica, ele é um democrata radical que faz a crítica do liberalismo. Mas, já então, a crítica de Marx avança numa direção metodologicamente correta, o que lhe permite equacionar problemáticas ainda fundamentais para o nosso século 21 - como, por exemplo, as relações entre a emancipação política e a emancipação humana. E a argumentação do jovem Marx revela-se extremamente atual inclusive diante dos impasses com que hoje se defronta a vigência real do direito burguês à propriedade. Por estas razões, entre outras, a leitura de Para a questão judaica interessa não só a especialistas, acadêmicos e estudantes das ciências sociais. Interessa a todos os que, diante da crescente barbarização da vida na sociedade capitalista, compreendem que a luta emancipatória também exige qualificação teórica.