Nesta obra, o objetivo de José Carlos Reis é demonstrar que a história é, primeiro, teoria, no sentido estrito ? epistemologia, metodologia, gnosiologia, ontologia, ética, política, estética, linguística ? e só depois, a partir de escolhas, decisões, definições, seleções, reflexões e construções teóricas, é crítica documental. Para o autor, o lugar da teoria-metodologia é central na cultura histórica porque o nome historiador requer uma qualificação, pois dizer eu sou historiador não é suficiente para definir a sua identidade. O interlocutor perguntará: historiador de que tipo, de qual tendência, em que perspectiva? Toda obra histórica é uma teoria em movimento, implícita e realizada, mesmo quando não explicitada. A escrita histórica sempre teve, tem e terá partidos, pois é fundamentada em problemas, hipóteses e valores, que se enfrentam e se combatem em regimes de historicidade e regimes de verdade históricos.