Comecei a atender nas ruas da cidade de São Paulo no ano de 1976. Escutar crianças, adolescentes e adultos embaixo dos viadutos, nas malocas, nas praças, nos mocós (esconderijos) sempre me mostrou que a psicanálise pode estar em qualquer lugar, ou melhor dizendo, tem de estar onde a vida está. A dissertação de mestrado, defendida no ano de 1993, foi um marco importante nessa trajetória e tinha por um de seus objetivos criar um setting estruturado e constante na rua para mostrar o que minha experiência já dizia: é possível fazer uma psicanálise rigorosa em condições radicalmente diferentes das do consultório particular. Atualmente, ainda sigo trabalhando como psicanalista nas ruas e nas mais diversas instituições públicas e privadas. Ao mesmo tempo, venho atendendo desde o ano de 1979 às classes média e alta no consultório onde desenvolvo, junto com a docência na PUC-SP, boa parte de minhas atividades profissionais.