Esse livro deve ter valor para quem estiver aberto a uma interpretação crítica que não esteja à mercê de governos, Estados, empresários, partidos políticos, exploradores em gera e seus dogmas. Para tanto, criamos algumas categorias com vistas a melhor explicar as diferentes formas de governanças institucionais que nos subalternam, a saber: governança econômica, política, sociocultural, jurídica e penal. Essas governanças se imbricam, interpenetram-se e se retroalimentam com as governanças/opressões sociais: racial, patriarcal, sexual, oficialista, religiosa, da estética produtiva, capitalista e xenofóbica (nacionalista, ufanista). A exposição de cada governança busca responder a pergunta do título do livro: Governados por quem? Também cunhamos as formulações de ditaduras “militar-plutocrática-desavergonhada” e “plutocrática-militar-dissimulada” para explicitar que determinadas populações vulneráveis como de jovens negros e indígenas, que jazem nas favelas, periferias e campos, e grupos revolucionários, vivem constantemente sob a mira do fuzil quando não são exterminados, torturados, assassinados, encarcerados por governantes penais com a anuência dos demais governantes em qualquer tipo de regine, seja ele ditadura declarada ou não. Utilizamos a categoria de origem grega “plutocracia” (ploutos: riqueza; kratos: poder) que significa governo para os ricos ou sistema político governado por pessoas que detêm o poder econômico. A escolha desse conceito visa destacar a incongruência de chamar nosso sistema por democracia, pois em nenhum lugar o povo realmente governa. Será a partir desses e outros conceitos que analisaremos as histórias políticas de Brasil e Venezuela sob o prisma da filosofia política anarquista.