Esforços para que a mulher ganhasse voz e vez datam de séculos passados, quando mulheres, como Mary Wallstonecraft, atrevem- se a registrar seus anseios, reivindicações e suas histórias. Apesar de válidos, esses esforços não foram suficientes para que a mulher, ao se mostrar como escritora, ainda em dias atuais, não tivesse que travar batalhas contra o preconceito incrustado em sua figura e que dá conta, não apenas do que ela pode fazer, mas de como ela o faz. Como escritora, a mulher permanece como algo a ser descoberto. Por isso, sua escrita continua causando impacto em leitores de todos os gêneros, enquanto atrai mais mulheres para o grupo das que escrevem, que registram sua forma de ver o mundo e as transformações que nele ocorrem. Nos últimos anos, a Paraíba tem destaque neste número crescente de escritoras, bem como, na valorização de seus trabalhos. Em reconhecimento ao esforço travado pelas mulheres autoras paraibanas, por fazerem valer sua liberdade de expressão, eis que surge Ventre Urbano. Trata-se de uma antologia que reúne algumas destas mulheres e nos escritoras que possuem muito a ser (re)descoberto. O mundo do presente é urbano, é movimento, é ação. É nesse mundo que nascem histórias de variados temas, sob o olhar daquela que é ventre: que gera e ensina a viver. São amores, paixões, alegrias, dores, inquietações, perdas e ganhos. Ou seja, em Ventre Urbano há tudo que faz da vida ser viva como a mulher se faz a cada dia. Aos que também se atrevem, boa viagem!