A Índia de Almeida Faria não é apenas um país, ou mesmo uma parte mítica da história de Portugal: é uma espécie de duplo da literatura. Mundo de perguntas, de visões inquietantes, de murmúrios que não se fecham em palavras, universo luminoso, mas impreciso, ela é uma metáfora perfeita para a própria ficção.José Castello Como que inspirado pelos escritos de Antonin Artaud sobre o teatro de Bali, Almeida Faria retira os olhos do vasto cenário panorâmico e os sentidos da dispersão transcontinental para concentrá-los no palco do teatro malabar Kathakali. O murmúrio do mundo segrega a originalidade e a grandeza que busca. Silviano Santiago "O seu Requiem, menos pelo império havido que pelo império perdido e, por perdido, mais sublimado que o de Camões, é o triunfo puro da ficção. E o regresso de um grande romancista ao prazer, sem melancolia, da ficção." - Eduardo LourençoO viajante ocidental que pela primeira vez chega a Goa e Cochim enfrentará provavelmente a vertigem do caos à sua volta e dentro de si. Quando começa a familiarizar­-se com a estonteante exuberância e com as contradições coexistentes, quando julga começar a entender a complexidade das castas, dos cultos e costumes tão diferentes, quando começa a fixar nomes, imagens, atributos dos deuses, tudo lhe foge de súbito, tudo se torna de novo confuso, como se o véu de Maia voltasse a cobrir a indecifrável irrealidade da Índia real. Almeida FariaO viajante ocidental que pela primeira vez chega a Goa e Cochim enfrentará provavelmente a vertigem do caos à sua volta e dentro de si. Quando começa a familiarizar­-se com a estonteante exuberância e com as contradições coexistentes, quando julga começar a entender a complexidade das castas, dos cultos e costumes tão diferentes, quando começa a fixar nomes, imagens, atributos dos deuses, tudo lhe foge de súbito, tudo se torna de novo confuso, como se o véu de Maia voltasse a cobrir a indecifrável irrealidade da Índia real. Almeida Faria