O debate teórico, intenso e profícuo, presente neste livro, confronta teorias explicativas, o que será possível constatar nas posições dos autores expressas nos textos. Este confronto teórico é extremamente relevante, por um lado, quando se percebem tentativas visíveis nas universidades de escamotear posições e, por outro, com a tentativa de construção de consensos teóricos sem se admitir as divergências e sem o devido aprofundamento necessário. O livro evidencia que, para o desenvolvimento da Educação Física/Ciências do Esporte são imprescindíveis o diálogo científico nacional e internacional, a autonomia intelectual e científica dos professores e pesquisadores e a atitude crítica. Destaca-se este aspecto porque a obra critica a perda da autonomia e a neocolonização, também exercida no campo das relações científicas e pedagógicas. Na primeira parte do livro, encontram-se propostas de formação de professores e, na segunda, experiências destes na rede pública de ensino e de universidades. Para o enfrentamento das táticas instituídas nos currículos da formação de professores e nas escolas públicas do ensino básico, visando ao seu enquadramento nas necessidades do capital, fazem-se necessários, por um lado, clareza no que diz respeito ao horizonte histórico - a educação para além do capital - e, por outro, um intenso e consistente trabalho teórico, sem os quais não será possível elaborar as sínteses indispensáveis para uma educação emancipatória na formação de professores.