A petroquímica brasileira foi criada ao longo dos anos 70 e 80, com envolvimento marcante do Estado. A grande preocupação em formar empresas nacionais e, ao mesmo tempo, atrair multinacionais foi uma das características do modelo institucional adotado. A partir do final dos anos 80, houve a necessidade de repensar este modelo para responder aos novos desafios, surgidos com o acirramento da competição global e com a nova realidade político-econômica país. No início dos anos 90, o Estado optou por desmantelar de arma brusca todo o arranjo institucional. Prevaleceu a convicção de que o próprio mercado propiciaria a reestruturação necessária. À medida que isso não se verificou, os atores começaram a buscar, de forma desarticulada, um novo envolvimento do Estado, o que provocou, na prática, ações contraditórias e um envolvimento ambíguo do BNDES, da Petrobras e do Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio. A falta de visão do Estado foi agravada pela ausência de articulação entre as empresas nacionais, mais preocupadas com a luta pelo poder do que com a busca de alianças estratégicas. O setor conseguiu, apesar de tudo, evitar um processo desnacionalização. De um lado, devido à força adquirida ao longe de sua construção, e, de outro, por estar restrito a segmentos que não interessavam às transnacionais. Este livro pretende contribuir com a busca de um novo rumo, capaz de ocupar o vácuo deixado pelo desenvolvimentismo e neoliberalismo.