A única religião capaz de responder às necessidades do momento é a religião do Capital, declara o estatístico inglês Robert Giffen (1837-1910), para, em seguida, arrematar: O Capital é o Deus que todo mundo conhece, vê, toca, cheira, prova; existe para todos os nossos sentidos. Ele é o único Deus que não encontrou ainda um ateu. Diretor da Câmara do Comércio e da Indústria do Reino Unido até 1897, Giffen é caricaturado, junto a outros capitalistas do início do século XX, como participante de um congresso mundial, que parodia o Concílio de Niceia da Igreja Católica, e estabelece A religião do capital, sátira marxista e panfletária do escritor Paul Lafargue. Além do texto que dá nome ao livro, a edição da 100/cabeças contempla mais dois textos do autor: A questão da mulher e O socialismo e os intelectuais, este último escolhido por sua impressionante atualidade, destaca Iná Camargo Costa, que assina o prefácio da edição. [...]