Pela noite fechada de silêncio, escrevo. É uma noite de inverno, limpa, definitiva, uma evidência brilha na sua linearidade, no diagrama das estrelas...olho-a, ouço-a. todas as vozes obscuras, como bichos nocturnos, sobem ao limite do meu espanto, da minha vigília. São as vozes da minha gravidade, da flagrância terrível, do excesso que me violenta. Estão aí, falam. Vem na opressão da montanha, toda aberta à minha frente, do espaço irradiado, do silêncio que cresce desde a imobilidade da Terra.