Em Itinerário, Margarida Corção percorre um caminho sedutor através das veredas íngremes da poesia. Seus versos passam por esquinas desencontradas, paredes rabiscadas, palcos; avançam como numa maratona ou deslizam suavemente por tardes ensolaradas de bromélias e orquídeas, no Jardim botânico em flor. Confessam supostas culpas e pecados imaginários, sobem e descem ladeiras de surpresa e gozo. Nascem assim poemas fluidos e ricos em densidade dramática, numa escrita que se inspira nas coisas do mundo e floresce na intimidade - tão essencial - com a palavra.