Relutei em chamar este livro de romance, já que reúne crítica, poesia, ficção, experiência, sonho. E acreditar numa Nuvem, ainda que sensata, é acreditar que a imaginação é mais preciosa que a realidade e o conhecimento. Não seria? Jamais chamarei este livro de quase romance, ou quase memória, ou quase poesia. Não aceito o quase. Um texto é feito de tudo, até do ar que não quis entrar na chaminé. Explicações não me importam e um livro vivo não é catalogável, desde que haja a claridez da linguagem, que é Espírito. E no espelho, o reflexo da Nuvem, pode ser o rosto do autor. E o rosto do autor, a frutuosa chuva da Nuvem. Não me preocupo com as coincidências, elas que se preocupem sozinhas. E o que houver de semelhança entre elas, se confundirão de tal forma, que é como se não existissem. Parafraseando Joan Miró, a poesia está em decadência desde o tempo das cavernas. Por isso mesmo que se acha em ascendência. E mais: o que o texto diz por si. Ou continuará dizendo depois de lido.