O tema da terra é recorrente e significativo na história do cinema no Brasil e aqui o objetivo é tentar explorar as diversas possibilidades e usos de linguagens estéticas com que esse tema foi desenvolvido na imaginação cinematográfica e construir pontos de ligação entre essas linguagens, por meio da articulação entre os aspectos terra, memória e utopia. Este livro opera com a capacidade do cinema brasileiro de fundir diferentes horizontes de interpretação, criar narrativas, presenças, analogias, alegorias, vazios e lacunas destinadas a interferirem na discussão sobre a terra no Brasil, a partir do interior da formação social brasileira. Para isso, conta com um amplo escopo de análise de uma filmografia brasileira a partir de 1950, extrapolando, inclusive, para uma análise de uma experiência mais expandida da terra e do cinema latino-americano. Percorre, enfim, diversas matrizes da utopia no cinema brasileiro.