Em A menina da botinha, a autora desenvolve um enredo marcado por situações cotidianas que prendem a atenção do leitor e promovem uma série de reflexões sobre a diversidade humana, especificamente ao tratar das singularidades que constituem a condição de ser no mundo da pessoa com deficiência. Do início ao fim, a autora vai pintando um painel de lembranças sobre a infância, sobre as expectativas e apreensões vivenciadas no decorrer de três cirurgias para a correção ortopédica dos pés. Faz uma incursão pelas transformações típicas da adolescência, reforçando a importância da escuta e cuidados por parte das instituições de ensino e compartilha alguns aspectos da afirmação da sua própria identidade. É nesse contexto que ela projeta as primeiras cenas do quadro que vai sendo construído, a partir da primeira viagem no trem do Pantanal, inaugurando, assim, a primeira das muitas viagens que fizeram parte da composição da sua própria história de vida. [...]