O livro analisa a prática sociocultural do acolhimento domiciliar de crianças e jovens e a circulação infantojuvenil, buscando delinear as motivações ao acolhimento e as relações estabelecidas entre acolhedores e acolhidos. Seriam essas motivações econômicas, tendo, por exemplo, a busca por mão de obra gratuita, monopolizado as intenções dos acolhedores? Seriam os aspectos caritativos que impulsionavam o acolhimento domiciliar, ou seja, como uma forma de assistência particular destinada à criação e educação infanto-juvenil? Seria o acolhimento de filhos alheios parte de um sistema cultural mais amplo que previa a circulação de crianças e jovens entre os domicílios? Ou a prática do acolhimento domiciliar e da criação de filhos alheios seria acionada, e mantida, por relacionamentos pré-existentes entre pais biológicos e acolhedores, tais como laços de parentesco sanguíneo, compadrio ou de solidariedade? Essas são algumas questões que Alessandra Zorzetto Moreno responde ao longo do trabalho.