O livro traz questões relacionadas ao trabalho extradomiciliar da mulher, à criança e ao trabalho das profissionais de creche. Numa rede que enlaça mulheres, crianças e trabalho, a creche se apresenta como um universo onde as relações de gênero e a identidade profissional se confundem e se misturam entre as tantas identidades das mulheres que nela coabitam. A autora traz para o centro da questão a tríade mulher-mãe-professora como uma forma de desnaturalizar o trabalho feito com crianças pequenas geralmente ligado à maternidade, propondo deslocar o olhar para a criança como forma de desculpabilizar a mãe que ao utilizar os serviços da creche acaba por criar tensões aparentemente insolúveis entre suas identidades. A formação continuada de professoras de creche pode se apresentar, em parte, como resposta para tais questões.