Revolução e romantismo, como duas palavras sempre associadas, varreram a história da Europa continental na segunda metade do século XVIII. À revolução científica e tecnológica seguiu-se a revolução industrial e a ascensão de novos extractos sociais à riqueza e ao poder. Com a invenção da máquina a vapor e os progressos obtidos na produção têxtil, a Inglaterra chamou a si as consequentes transformações do quadro político do Estado. A invasão macissa das cidades pela pobreza rural com o seu cortejo de fumos e doenças, tornou insuportável o ambiente das zonas portuárias e industriais. Foi então que os intelectuais ingleses se dedicaram à exaltação do individualismo enquanto fundamento da beleza universal. Por esse caminho inventaram o neogótico, a domesticação da natureza selvagem para a tornar edílica e perfeita, nela inserindo os novos modelos de vida e de prazer. Em arquitectura pouco se importaram de negar o barroco classicizante que os antecedeu, porque a questão dos estilos era matéria secundária se integrável no programa de construir cenários distintos para conforto da isolada vida quotidiana dos senhores mais ilustres.