O ‘mundo outro em movimento’ aqui analisado por Raúl Zibechi é o mundo dos de baixo: povos originários, quilombolas, camponeses, favelados. As lutas desta gente não podem ser separadas dos lugares onde nascem, vivem e trabalham. Lutas que são diversas e têm força e formas próprias. O Movimento das Comunidades Populares, que já existe há cinco décadas, é um desses movimentos. Sua importância reside na capacidade de se enraizar entre os setores mais pobres e desenvolver uma economia própria, autogerida e autônoma com relação às instituições do Estado ou de ONGs. O capitalismo, na sua fase atual, aposta no extermínio de pobres, negros, índios e quilombolas. Isso reforça a necessidade de se desenvolver a consciência de classe desses setores, pois a eles interessa o combate ao capitalismo e a mudança da sociedade. Perante essa tarefa, é importante refletir sobre as razões pelas quais os movimentos, em seu conjunto, têm encontrado dificuldades para combater o capitalismo. A meu ver [...]