Entre a segunda metade do século XIX e a primeira do XX, os manuais escolares de leitura consistiram num dos principais instrumentos de esino da escola brasileira. Este livro – nascido de investigações realizadas por equipes das universidades federais de Pernambuco e Minas Gerais – busca entender as características, os usos, a produção e o lugar desses manuais nos processos de alfabetização e de organização e institucionalização da escola brasileira. Para isso, apresenta diferentes estudos, alguns de natureza mais ampla e descritiva, outros de natureza monográfica, que verticalizam a abordagem de um tema. A reunião desses estudos – publicados anteriormente de modo esparso – busca fornecer elementos para a reconstrução, na forma de um mosaico, da trajetória desse gênero de livro, por meio da análise da morfologia dos manuais (que vão de livros religiosos, catecismos republicanos, a livros de leitura manuscrita e narrativas ficcionais), de seu circuito de comunicação, dos saberes que procuravam transmitir e dos modos de organização da prática escolar que objetivavam favorecer.