Este livro analisa a circulação da literatura russa no Brasil e sua recepção pela crítica literária e por outros setores da cultura brasileira durante a primeira Era Vargas, com destaque para o período do Estado Novo (1937-1945). Explorando as enormes disputas simbólicas em torno dos escritores russos e soviéticos, em especial de Dostoievski, por parte dos leitores, dos críticos, dos escritores e dos editores, o autor analisa o que significava ler a literatura russa em um período marcado pela disseminação de formas autoritárias de pensamento e ação, questionando sua capacidade de modelar as decisões políticas e influir nos ritmos da história e da cultura. O livro dá continuidade à obra anterior do autor, Da Estepe à Caatinga: O Romance Russo no Brasil (1887-1936), que trata da chegada da literatura russa ao país, de fins do século XIX ao decênio de 1930.