Para falar da vida - e das pulsões e estranhamentos que ela lhe causa -, Newman Ribeiro Simões vem a público com nova leva de poemas. Neles, o que possa residir de 'ilógico' nos sentimentos passa a ganhar senso, sentido e beleza quando o silêncio recebe a fúria do ver- bo. Recentemente elogiado pelo amazonense Thiago de Mello como um "poeta de primeira água", Newman não se define como tal. "Apenas escrevo poemas. Vez ou outra, palavras me chegam como pólen reclamando sua flor". E ainda assim insiste em não se dizer poeta... E registra: "fertilizando o esquecer, faço ressuscitar memórias, celebrando histórias que, de meu gosto, seriam reais; afinal não custa espremer memórias, fazendo minha tristeza vazar; não se pode fugir dos açoites dos fantasmas interiores nem dos sustos que outros monstrinhos nos pregam, escondidos que estão em trincheiras da alma". Se de fato ‘o universo observa- se mediado pela mente humana’, neste livro as ‘palavras rompem o silêncio... e dançam’. Por suas páginas ‘o tempo pulsa e passa’; mas nelas impresso, e para sempre, ‘o guerreiro [poeta] ficou encantado’.