Comparado com frequência a Pablo Neruda por sua exuberância lírica e posicionamento político, e a García Lorca por seu enraizamento na paisagem e cultura locais, o poeta turco Nâzým Hikmet (1902-1963) é um dos principais nomes da literatura moderna em todo o mundo, e só a distância entre as línguas justifica seu relativo desconhecimento entre nós. Esta, que é sua obra máxima, começou a ser escrita na prisão de Bursa, na Turquia, em 1939, como uma enciclopédia dos tipos humanos que o poeta conhecera, e evoluiu para se tornar um verdadeiro épico do século XX. Combinando técnicas do romance, do teatro e do cinema, diálogos epistolares e emissões radiofônicas, trechos de reportagens, canções e contos folclóricos tradicionais, Paisagens humanas do meu país acompanha a vida de homens, mulheres e crianças de diferentes estratos sociais, num entrelaçamento de histórias que têm, entre seus polos de atração, as lutas pela libertação da Turquia na década de 1920 e a experiência da Segunda Guerra Mundial, tratada em muitos planos, dos campos de batalha aos arranjos de bastidores. O resultado é um livro fora do comum, que se deixa ler como uma espécie de Aleph da conturbada história do nosso tempo, e que desembarca agora pela primeira vez no Brasil, na vigorosa tradução de Marco Syrayama de Pinto, realizada diretamente do original turco.Paisagens humanas do meu pais e a obra maxima do poeta turco Naz m Hikmet (1902-1963), que a ela dedicou cerca de 22 anos de trabalho, boa parte deles na prisao. Neste epico do seculo XX, que tem a Segunda Guerra Mundial como um de seus eixos narrativos, cruzam-se dezenas de destinos, das personagens mais desamparadas a poderosos magnatas e politicos corruptos, passando por um leque de figuras inesqueciveis. O resultado e um retrato comovente da conturbada historia do nosso tempo, em se misturam lirismo, revolta e compaixao no mais alto grau. Um livro fora do comum, traduzido diretamente do original turco por Marco Syrayama de Pinto.