Essa coletânea reúne estudos críticos produzidos por renomados especialistas na literatura de Machado de Assis e Guimarães Rosa. As obras de ambos continuam a instigar seus leitores, permitindo sempre novos enquadramentos e inflexões. Machado e Rosa são contemporâneos precisamente por não coincidirem inteiramente com seu tempo, nem se adequarem de forma estreita a suas normas e exigências. Justamente em razão desse deslocamento e desse anacronismo, os dois a(u)tores em foco foram capazes de perceber, apreender e traduzir seu tempo, deixando-lhe em aberto os paradigmas de forma a serem relidos e revistos no devir. Esta é uma razão suficiente para reconhecer como clássicos nossos dois grandes mestres. Para lê-los e ler sobre eles. Sumário Agradecimentos Apresentação – Marli Fantini Machado de Assis: O Fascínio por Napoleão e Alencar Era no tempo de Napoleão – Silviano SantiagoO olhar assombrado do menino Heine para Napoleão: a fascinação de Machado por Alencar – Ângela Maria Rossas Mota de GutiérrezMelancolia, Tragédia e Testemunho em Rosa A melancolia em A Terceira Margem do Rio – Jaime GinzburgGrande Sertão: Veredas como gesto testemunhal e confessional – Márcio Seligmann-SilvaGuimarães Rosa e o testemunho – Marli FantiniO Legado de Machado e Rosa Machado e Rosa: um olhar além de seu tempo – Eduardo F. CoutinhoO legado de Machado de Assis – Vera Lúcia Follain de FigueiredoO percurso literário de Machado de Assis: amplificação ou redução? – Ana Maria Clark PeresMetamorfoses do narrador nos romances iniciais de Machado de Assis – Marcos Rogério CordeiroRosa e Machado: Leitores Lidos e Recortados A história na estória – Maria Luíza RamosPor linhas tortas – Benjamin Abdala JuniorO homem recortado – Myriam ÁvilaTradução e (Não) Tradução em Machado e Rosa João & Harriet (notas sobre um diálogo intercultural) – Sandra Guardini T. VasconcelosUma vocação em busca de línguas: notas sobre as (não) traduções de Machado de Assis – Hélio de Seixas GuimarãesRosa e Machado: problemas de tradução – Eliana Amarante de Mendonça MendesOlhares e Espelhos Simplicidade do olhar – Heloísa Vilhena de AraújoOblíquos reflexos: Guimarães Rosa, leitor de Machado de Assis – Susana Kampff LagesOlhares fotográficos cruzando-se n’ O Espelho: Machado de Assis e Guimarães Rosa – Thomas SträterPresença inquietante: espelho de Machado – Eduardo SterziO olhar plástico de Guimarães Rosa – Odalice de Castro SilvaEspaço e Cor Local Machado de Assis e a cor local – José Luís JobimSertão-lugar, sertão-espaço: interface poética – Cleonice Paes Barreto MourãoA rua do Ouvidor e o beco na escrita machadiana – Ivete WaltyBiblioteca, Mitologia, Objetos do Desejo, Contato e Desvio em Machado de Assis Machado de Assis, escritor do Rio da Prata: duas hipóteses contraditórias – Pablo RoccaPequeno dicionário de sedução: o lugar dos objetos na vivência do amor – Fernanda CoutinhoElogio das ambiguidades: para uma mitologia machadiana na América Latina – Biagio D’AngeloComo fazer original o que é comum, e novo o que morre de velho ou singular ocorrência: ponto de contato e ponto de desvio de certa ficção machadiana – Renato Cordeiro GomesTensões Espaciais na Modernidade de Machado e Rosa As cidades (in)visíveis de Machado de Assis e Guimarães Rosa. duas variações sobre o tema da tragédia moderna – Roberto MulinacciA polis como exceção: ambiguidades e tensões trágicas em Machado e Rosa – Roberto VecchiEscritas do espaço: Machado de Assis e Guimarães Rosa – Luís Alberto BrandãoInterlocuções: Machado e Rosa A loucura padecente de Minas Gerais nas Obras de Machado de Assis e Guimarães Rosa – Fábio LucasRosa, Machado e os limites do humano – Maria Esther MacielMachado de Assis e Guimarães Rosa: construção poética e utopia – Vera BastazinLeituras Rosianas Meu tio o Iauaretê: a biografia impossível – Evelina HoiselGuimarães Rosa e a filosofia da linguagem: xenofilia e hospitalidade – Olgária MatosNarrativas da infidelidade em Sagarana, de Guimarães Rosa – Regina ZilbermanO avesso da linguagem em Grande Sertão: Veredas – Edna Maria F. S. NascimentoDito e Miguilim ou os dois usos da linguagem – Lélia Parreira DuarteNum aliso de vereda, eu vi o rio: imagens do Grande Sertão – Fabiana B. Carelli Marquezini & Júlio César Borges BomfimO Diabo em Grande Sertão: Veredas O diabo e a inquisição: repercussões em Grande Sertão: Veredas – Suzi Frankl SperberA função luciférica da linguagem: Grande Sertão: Veredas à luz da História do Diabo de Vilém Flusser – Willi Bolle