Sob a forma de uma série de cartas endereçadas a um interlocutor, o autor procura delimitar os elementos estruturais do que atualmente nomeamos depressão. O diagnóstico tem sido freqüentemente evocado para qualificar dificuldades subjetivas diversas. Seria preciso contestar sua pertinência? A depressão apresentaria uma unidade, pelo menos em um certo nível? Mais do que um humor sinistro, ela aparece como um desenvestimento radical do desejo, associado a uma paralisia da ação, que reúne impotência e utopia. Situando neste livro o que Lacan caracterizava como sendo "a grande neurose contemporânea", o autor, em sua escrita literária ao mesmo tempo rigorosa e acessível, examina essa "doença do século".