Através das páginas e lembranças sopradas de sua infância e juventude, o italiano Ferdinando Camon constrói o que ele mesmo resume como um "altar de palavras" no romance Imortalidade. Um altar erguido com fervor religioso em memória da mãe, cuja morte o escritor remói com lenta, dolorida e bela delicadeza. Neste contexto, também aflora um passado melancólico sobre o mundo do qual emigrou. Muitas regras para vidas tão simples, onde os filhos se sentiam seguros e aquecidos pela figura materna, que os protegia da pobreza real com mãos fortes e amor. É um libelo ao conteúdo místico da essência familiar e religiosa, tão destroçadas nos dias atuais.