Como Álvaro de Campos - um dos heterônimos de Fernando Pessoa - em Lisbon Revisited, o protagonista de Lisboa é um homem perdido, iludido sobre si mesmo, sem nome ou profissão definida. Um sentimental que se faz passar por cínico, que pensa usar as pessoas, mas que é levado por elas, como se puxado pelos barbantes de uma marionete. Ele circula fisicamente entre Lisboa, Nova York e Nice e, na memória, percorre o mundo, do Guarujá a Casablanca, de Veneza a Los Angeles, mergulhado em uma espécie de penumbra, vivendo em hotéis a fingir que não tem raízes, entre personagens voláteis e encontros calientes. Um homem atordoado que não quer se enfrentar - e que terá de enfrentar um crime terrível.