Se O Príncipe figura como uma das obras de maior influência da humanidade, os comentários feitos por Rainha Cristina Wasa da Suécia e Napoleão Bonaparte aparecem para enriquecer a obra que se tornou livro de cabeceira dos maiores líderes do planeta. O Príncipe, o maior tratado político de todos os tempos, escrito, provavelmente, entre julho e dezembro de 1513, por Nicolau Maquiavel, não envelhece nunca. Desta vez, o valor dessa publicação não fica reservado aos seus 26 capítulos e aos comentários de Napoleão, a novidade fica por conta das notas feitas pela Rainha Cristina da Suécia, uma mulher à frente do seu tempo, que mostra que não é de hoje que a mulher possui influência marcante no cenário político.Obra-prima que inaugurou a ciência política, este clássico da filosofia moderna chega numa nova edição que contém não só os comentários de Napoleão I, mas também os da rainha Cristina da Suécia, mulher à frente do seu tempo, protetora das artes e amiga de pensadores como Descartes. Segundo o filósofo Leo Strauss, “Maquiavel é o único pensador político cujo nome foi adotado pelo uso comum para designar um tipo de política guiada exclusivamente por considerações de conveniência, que lança mão de quaisquer meios, limpos ou sujos, ferro ou veneno, para atingir os seus objetivos”. Carlos Lacerda, político brasileiro que como ninguém fez uso das lições extraídas de O príncipe, escreveu o seguinte sobre o seu autor: “Há quatrocentos anos, mais ou menos, ele é vítima de um mal-entendido. Estadista sem Estado, patriota sem pátria, ele viu a realidade e a descreveu. Confundiram a sua descrição com a sua intenção. Tomaram como receita sua, para o governo dos povos, o que era súmula realista de preceitos para habilitar o governante a realizar o que, este sim, foi o ideal desse funcionário florentino: a unificação da Itália, a formação do Estado moderno, baseado na soberania do povo.”