Neste livro apaixonante, Marcel Detienne fala dos três tipos de personagem qualificados por suas funções, no contexto social e cultural da Grécia arcaica, como detentores de um privilégio inseparável de seu papel institucional: os Mestres da Verdade. Esses três personagens são o aedo, o adivinho e o rei justiceiro, seu privilégio comum é proferir a "Verdade". Pelo menos é desse modo que traduzimos a palavra grega Alétheia cujos valores, no pensamento religioso antigo, ultrapassam o âmbito de nosso conceito de verdadeiro tanto quanto, por exemplo, o 'Rta' dos indo-iranianos: "verdade" que não é separável da ordem ritual, da prece, do direito, nem do poder cósmico que garante o retorno regular das auroras. Tradução de Ivone C. Benedetti.