Um dos livros mais importantes da cultura ocidental Escrito em 1484 pelos inquisidores Heinrich Kramer e James Sprenger, O Martelo das Feiticeiras é a mais importante obra sobre demonologia da história, a temível fonte de inspiração para todos os tratados posteriores. Levou à tortura e à morte mais de 100 mil mulheres sob o pretexto, entre outros, de “copularem com o demônio”. A obra divide-se em três partes: a primeira discursa aos juízes, ensinando-lhes a reconhecer as bruxas em seus múltiplos disfarces e atitudes. A segunda expunha todos os tipos de malefícios, classificando-os e explicando-os. A terceira regrava as formalidades para agir “legalmente” contra as bruxas, demonstrando como inquiri-las e condená-las. Ela tinha como princípio o preceito bíblico que diz: à feiticeira não deixarás viver. (Ex 22,18). A abertura da obra, focalizando as três condições necessárias para a bruxaria, nos diz: “Se crer em bruxas é tão essencial à fé católica que sustentar obstinadamente opinião há de ter vivo sabor de heresia.”