Em Educação tudo tende a virar moda rapidamente. Descobertas científicas e iniciativas positivas que poderiam resultar em grandes benefícios à Educação, logo se transformam em ‘modismo’. Estes têm o enorme poder de esvaziar o conteúdo de propostas, às vezes bastante válidas, destituindo-as de seu sentido original. Sem dúvida, os modismos, assim como os slogans e jargões são manifestações explícitas de crenças e valores destituídos de bases em critérios de racionalidade. A inovação pedagógica se transformou num novo modismo, inútil e vazio. A palavra de ordem é inovar, sem se perguntar em função de que e a serviço de quem.Inovar para a ‘atualização histórica’, que nos remete à aceitação implícita de modelos que vêm de fora, sempre valorados positivamente, uma vez que se revelaram (?) satisfatórios em países de adiantado grau de industrialização e sofisticação tecnológica? Ou, inovar a partir de uma realidade concreta, sem perder de vista a situação de dependência, que nos atrela aos centros hegemônicos do poder? Em síntese, inovar para que a desintegração cultural que caracteriza nossa sociedade permaneça, embora mais ‘atualizada’, ou inovar para a superação desta desintegração?