No século xix, manifestações mediúnicas começaram a se tornar mais e mais frequentes nos eua e na Europa. O fenômeno chamou a atenção de Hippolyte Léon Denizard Rivail, pedagogo francês, ligado aos princípios do racionalismo e da liberdade de pensamento. A fim de compreender a mediunidade, ele formulou, com o nome de Allan Kardec, uma doutrina pessoal que reunia aspectos científicos, filosóficos e religiosos. Baseada na possibilidade da comunicação com os espíritos e na crença da reencarnação, a nova disciplina, chamada espiritismo, buscava explicar os processos que definem a vida e a morte. A doutrina logo ganhou adeptos no Brasil. Em 1865, ocorreu a primeira sessão espírita nos moldes kardecistas, em Salvador. Em meados do século xx, a religião já se consolidara em todo o país. Os mortos e os vivos apresenta a história e as principais ideias do movimento, como a reencarnação, a comunicação com os mortos, a prática da caridade e a cura espiritual. Escrito pelo sociólogo Reginaldo Prandi, um dos principais estudiosos das religiões brasileiras, o livro aborda de maneira isenta e esclarecedora o desenvolvimento e as transformações do espiritismo no país, destacando o trabalho de seus maiores líderes, como Bezerra de Menezes e Chico Xavier.