Escrever sobre coisas complicadas não significa escrever complicado. Num estilo direto, simples, fácil de ser entendido, a autora, Yara Frateschi, faz uma comparação de fôlego: Aristóteles e Hobbes. Não são muitos os que atingem esse nível (Gueroult, por exemplo), no qual se acompanham as Meditações de Descartes, não exigindo do leitor um esforço inútil. Num vai-e-vem entre Aristóteles e Hobbes, Frateschi não só nos faz compreender bem o que é fundamental entre os dois autores, como delineia os principais temas da política hobbesiana. Mas precisamente aqui estão o cerne e o interesse da análise de nossa autora. Ao invés de começar pelo pacto e daí deduzir as conseqüências, Yara Frateschi vai muito mais longe. Ou melhor, recua até chegar às fontes últimas da filosofia de Hobbes. Luiz Roberto Monzani