"Anna Akhmátova nasceu num certo dia de 1906 em que seu pai, ao descobrir que ela escrevia poemas e pretendia publicá-los, disse-lhe: ‘Vê se, pelo menos, não envergonha o nome da família’. Ouvindo aquilo, a adolescente voluntariosa adotou, como pseudônimo, o nome da bisavó materna, de origem tártara - escolha muito feliz, pois Akhmátova tem assonâncias muito mais melodiosas do que o seu verdadeiro sobrenome. Esse foi seu primeiro ato de rebeldia. Iósif Bródski, poeta que ela conheceu na velhice, dizia que esse ‘foi o seu primeiro poema." Relato biográfico e avaliação da poesia de Anna Akhmátova, acompanhados por uma antologia em que os poemas, transliterados e traduzidos por Lauro Machado Coelho, intercalam-se ao texto na ordem em que foram escritos. Acompanha CD com poemas lidos no original russo por Anna Akhmátova e, em português, por Beatriz Segall. Música, canção inédita de Gilberto Mendes, sobre poema de Anna Akhmátova, interpretada por Adélia Issa, soprano, e Ricardo Ballestero ao piano.