(...) ao observar essas fotos, tenho sempre a impressão de estar dentro, e não na frente delas. Não me refiro, é claro, à proximidade do objeto retratado: este, ao contrário, é às vezes muito distante - uma paisagem ampla, construções do outro lado da rua ou da estrada, uma parede recuada. Falo de proximidade do enquadramento: é como se a lente (e o olho) estivesse sempre esbarrando em algo - esbarrando, digamos assim, não na coisa, mas na imagem dela. Da introdução do livro, por Lorenzo Mammì "Todas as fotos são tomadas com luz natural, com a mesma câmara analógica e a mesma lente. A manipulação é mínima, caso raro na fotografia contemporânea. Objetos e espaços surgem como uma presença surda, mais massas do que volumes, na austeridade de um branco e preto propositalmente pouco luminoso. (...) Nunca se reduzem inteiramente à imagem, têm peso, mesmo quando se trata de vapores, pontos de luz, reflexos na superfície da lente." Da apresentação da exposição, por Lorenzo Mammì